segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Testando o Fiat Freemont

Carro de família. Esta é a melhor definição do Fiat Freemont, primeiro carro “nascido” da parceria entre a Fiat e a Chrysler. Nascido entre aspas porque na verdade ele é uma versão de um carro que já existia, o Dodge Journey. No entanto, o fato de não ser exatamente novo, não diminui suas qualidades.

Depois de passar um dia com um modelo emprestado pela Capital Fiat, concessionária de João Pessoa, foi possível perceber alguns prós e contras da SUV que é sucesso de vendas, sobretudo na sua versão de sete lugares. Os preços vão de R$ 85.190,00 a R$ 97.926,00 na loja local.

Começando com os “prós”, o Freemont é um carro alto, rodas de 17” e suspensão alta deixam os ocupantes bem longe do chão. Na primeira fileira de bancos, ocupadas pelo motorista e um passageiro, o conforto é total. As poltronas grandes e cheias de regulagens garantem uma boa postura.

A tecnologia embarcada também é um ponto positivo: conexão via Bluthooth, tela de LCD no painel com várias informações do computador de bordo e outra com touchscreen no console central que controla o ar-condicionado digital, as luzes do internas, a conexão com aparelhos de som ou celulares, entre outros.

Mas o ponto alto do Freemont é a presença de porta-trecos sob bancos, nas portas, no painel e no teto. Há ainda, junto do espelho retrovisor interno um outro espelho para que o motorista possa ficar de olho no que se passa nos bancos traseiros sem precisar olhar para trás.

Repare que entre as melhores características da SUV não há grandes segredos, mas são “ferramentas” muito úteis para um carro que leva uma família inteira. E uma solução que me agradou em especial foi o fato de os bancos traseiros terem um acento que pode ser elevado, simulando uma cadeirinha para crianças pequenas. O que mostra como os desenvolvedores deste veículo pensaram em como resolver pequenos problemas de um carro familiar.

Outra qualidade que fica muito clara é a facilidade com que os bancos podem ser rebatidos. Por serem bipartidos, permitem 32 opções de travamento. Assim, o carro que pode ter até sete lugares, pode também virar uma caminhonete com quase todo espaço interno disponível para carga.

Mas chegou a hora dos pontos negativos, e o Freemont tem alguns. A começar pelo motor 2.4l de 16v, quatro cilindros e câmbio de apenas quatro marchas. O motor além de pequeno para os quase cinco metros de comprimento e quase duas toneladas, tem poucas marchas e acaba sempre esticando a aceleração em cada uma delas. Aliás, em alguns momentos a alta rotação do motor antes da mudança de marcha chegou a assustar. O que torna o carro, que aceita apenas gasolina, pouco econômico.

Outro efeito desta “incompatibilidade” entre o motor e o carro é ainda ainda mais frustrante para o motorista desavisado. O Freemont não responde ao pisar forte do acelerador. Ou melhor, responde sonoramente, com o motor gritando, mas isso não se converte em aceleração real. A fábrica diz que a SUV faz de 0-100km/h em 13,6s, mas durante o curto test drive isso não se concretizou.





Texto publicado originalmente em 5 de agosto de 2012 da Coluna Autonews do Jornal da Paraíba.

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