sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Após o IPI, China adia reunião bilateral

Dias depois de o Brasil aumentar o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para carros importados e sob pressão do setor local, o Ministério do Comércio da China adiou na semana passada uma reunião de alto nível com o Itamaraty, marcada para hoje, em Brasília. O encontro seria entre o vice-ministro do Comércio da China, Wang Chao, e o secretário-geral do Itamaraty, Ruy Nogueira.

A reunião ocorreria no marco da Cosban (Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Coordenação), instalada em 2006 e nominalmente sob a responsabilidade das vice-presidências de ambos os países.

As montadoras chinesas têm criticado duramente o aumento do IPI. Há uma semana, representantes da JAC Motors se reuniram no Ministério do Comércio, em Pequim, em busca de apoio. A empresa classificou a medida de "irracional e parcial", contrária às diretrizes da OMC e congelou os planos de investimento no Brasil.

Outra montadora chinesa, a Chery, manteve os planos de investir no Brasil, mas uma de suas importadoras entrou na Justiça contra o aumento. Já a Associação dos Carros de Passeio da China (CPCA, na sigla em inglês), entidade que reúne as principais montadoras do país, disse que o ajuste abrupto "provocou estragos na confiança mútua".

Procurado pela reportagem da Folha desde a semana passada, o Ministério do Comércio não se pronunciou sobre o adiamento da reunião nem sobre o reajuste do IPI. O Brasil é o principal mercado para os carros chineses no exterior. Dentro do país, perdem para multinacionais como Volkswagen e GM.

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